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domingo, 18 de abril de 2010

maria madalena

Ela se perguntou pelas trancas indignas ao auxiliar seu irmao.
Era possivel amamentar um filho, se havia veneno em seu coracao?
Mas assim andava maria coragem, o furgor rugia seu manto e ela
devota de sempre, andava na forca dos ventos sem perguntar, nem mesmo
no seco dos labios, por um homem que fosse.
Mas perguntava por um mesmo sempre, aquele que por horas lhe vinha a mente.
Perguntava por si quando unia seu nome ao dele.
Coragem, dizia ela na lingua que tantos outros falavam.
Andava horas e dias, cortava o deserto que hora empurrava, hora rugia.
Hora empurrava e a fazia cair, hora empurrava e a fazia caminhar.
Era sua figura impar, soldado do alem, carreta sem estrada, simplesmente corria nos seus
passos largos, nos olhos presos pela vida, nas unhas entrevadas contava a amargura dos pes.
Era possivel imprimir um gesto calido, e nao ser gravada pelas estrelas
Era todo esse silencio que fazia dela a chave que o pai buscava entre outros mil olhares.
Ela fervia como uma febre de alucinar, e quando a agua implesmente se foi,
ela bebia no poco dos seus labios as mensagens que lhe fariam tao bem.
Era possivel saber de onde vinha, e eis que depois do turbilhao, uma cabana singela
de um seco muito farto a chamou pelo cansaco.
Eu cabana lhe abri os bracos e mostrei a ela o que estava por vir.
Entao finalmente esse era seu descanso, esse era seu domingo.
Era possivel amamentar um filho, mas e o veneno de seu coracao?
Isso era uma mancha marrom no deserto, entao, passaram-se as horas, o sol se foi fixo e adoentado
e a noite chegou se fazendo brilhar muito mais do que ele.
Assim, trouxe o frio e a briza, pro alivio da pobre maria, o pobre corpo febril que deitado na esteira, atentava-se ao primeiro sinal de vida.
Os sinos gemiam e ela implorava por suplicas, agora...
Era ele e ela, no fim do mundo, numa terra de ninguem.
Era ela maria, meiga e gentil, com trancas vermelhas...mas fragil nao!jamais.
Se veio seguinte todo um passado, da infancia inexplicavel, da juventude alegre, da maturidade sofrida.
Cada sentimento lhe preenchia o querer, o olhar abundante transformou olhos negros em torrentes de aguas frias, os labios se separaram na intencao do respiro mais profundo.
Ela se punha jogada e detida pelo delirio de estar sendo mae...e numa incapacidade sobre-humana Empurrava o pequeno misto de sabedoria e pureza que lhe restava.
Maria era tao especial que teve seus passos seguidos por toda vida.
Era tao vil e tao incredula ate o dia que um certo alguem mudaria sua vida.
Mas ela calaria sem lamurias o nome do pai.
Por que ele coube num segundo o vazio dos seus seculos e comum como um beijo nos labios, penetrou sua bondade, dentro do pobre corpo de maria.
Sua alma saliente, era de toda vida, sempre envolvente, maria sofria agora da saudade de quem jamais e novamente veria.
Mas o presente estava ali, era agora, sim era ele...seus pes lavados e tocados, os cabelos compridos que enrolados aos seus, contemplados na promessa de amor.
Sentindo o coracao se abrir no reboque de uma flor, que aguardada pelos passaros...
Entao maria se abriu e pela primeira vez usou as maos por si, sentiu todas as dores, mas nenhuma, em momento algum, em segundo que fosse lhe incobriu a certeza.
Sim, era possivel amamentar um filho com todo o veneno de seu coracao e depois de tudo,
agarrando o filho ainda imundo pelos bracos, o sangue escorria sem pena, chorou e sofreu junto com ele, a dor de nascer nesse mundo...mas sorriu, na delicia de amamenta-lo e servi-lo...
E uma estrela correu o ceu, cortou e caiu, na delicadeza da estrada, no chao aspero e incaulto.
As lagrimas abrasadoras de maria simplesmente perceberam que nao havia mais tempo, nao haveria mais espaco para elas, entao quando silenciou, o novelho, reencostado ao seu corpo, em trajes de adao, se recompos do rompimento.
Ela que morria pra fora, ele que morria pra dentro, naquele choro derradeiro.
A partir dali, ela ja era outra e ele um rico menino.
Rico das riquezas mas puras e foi assim pra sempre.

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