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domingo, 15 de junho de 2008

PALAVRA DE AMOR E FOGO


É palavra de amor e fogo

O fogo que me contorce de sereno e eu, rubro.

Braços e pernas tentam direções a soarem os ossos

Eu em um desespero de fogo tremo...

Tempero

Abafo no canto da cama, sem sono, teso nos panos.

E no quarto, uma fila de desejos que não se cansam de esperar.

Tudo bem vermelho.

Em carnes despejo meu veneno

Meu corpo clama de sangria à pimenta

E que se ergam os seios. Que se apontem os dedos

E que nasças do meu extremo desejo

Não ensaies hoje, não me toques como tolos perfeitos.

É só com suor, calor e sem pretéritos que posso...

Que me deito, me enfeito e em teu, o meu encontro.

É que são destroços seculares

A espera desse alguém a dar-me um jeito

A me comer por dentro

É do grito, ao passo que em mim, vivo aflito de sentimentos.

Com as unhas cravadas, pintadas de negro.

E os olhos bem ardentes e suculentos, que palpitam cegos por entre os meios.

É pela minha pele voraz, que agora em pelos de morcego me assemelho a um bicho feroz e violento.

É pela minha voz, gruído que invento, de dentes rangendo.

Sou eu este animal moreno, belo e meigo que sente e se dói.

Bancando o seco, maduro e feito de momentos.

Morrendo de sede, no calor do ano que se inverte.

Sou presa fácil nas mãos que me entendem

No coração em que medito existente.

No peito que sinto, nos ossos que me atacam.

Na inflama face de perto

Onde há corpo deserto?

Recheado de órgãos sangrentos

Segredos de buracos e esse hálito que tens como efeito

De um respiro quente, de um calor uníssono.

De uma palavra fantástica que sai no transpassar de suspiros relentos

Como os líquidos que escorrem transparentes, de torrentes e torno alagado, presos por dentro, desgovernados.

A palavra é de amor e fogo.

Que agride meu algodão

É o meu desespero

De ser teu alimento

De ter seu corpo denso deixado por quase que um acaso

Abandonado nos meus braços ligeiros e ainda em tempo

Da gana que faz da minha traição, meu agito profuso.

Meu encarar-te, no olhar molhado, luminoso de leopardo rosno.

Da lua marcada, em marte de terra vermelha e quente.

Detento do meu caráter, detendo do meu contato maior.

A carícia doce e o sabor salutar,

Devasso-me inconsciente

Que tanto me envolve e me benze

Que nobre!

É a minha alma gigante pela alegria que me vende

Em sentir tudo de novo como uma corrente de fogo

Como porta de um forno e uma febre doente

Incoerente, que mata o meu sono.

O desejo e a vergonha que nunca se entendem

As posições que se invertem

É a lua que se enverga ao seu poente

É a noite que me ataca, provoca e mente.

E a facção sob nossas moradas

E a luz sobre nossas cabeças

É a minha alma gigante pela alegria que me vende

É o lençol do descanso no teu rosto que me comove

E nos seus olhos que se rendem ao cansaço e se fecham no espaço

Essa é a imagem que me pauta

E essa é a frase que me entende

É a minha alma gigante pela alegria que me vende

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