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sábado, 14 de junho de 2008

CANCAO - " SOBRE OLIVIA "

CANCAO.

Uma xicara havia se quebrado e ela nao tinha nenhum porque.

Sentada esperava uma senhora passar.

Sentia as notas que entravam ainda desconhecidas pela janela da nossa sala.

De costas, ela soube quem entrava.

O ceu azulado dobrava as cortinas brancas por onde passava sua calma.

Meu peito e minhas maos se falaram.Entao alguns dedos magicos tocaram minha existencia.

No fundo havia um verde sem fronteiras, e o portao ameacando abrir.

Andei.Segura de si.Pelo assoalho o fundo, levando na alma e na vida um tremor doido.

Meu coracao de prata surgia de um sol fascinante.

Sem tirar os olhos da imagem oculta, respirava como quem quizesse ser amada.

Os ombros se torciam e as costas se mostravam sem mostrar.As maos profundas planejavam no proprio toque.

A cada passo, uma roupa despencava do armario e eu sentia a mesma nudez dos seus olhos molhados – Eu sabia que voce tinha estado la e me sentia mais doce.

Ouvi a festa desaparecendo claramente enquanto que o timido frio burlava minha pele. Pintava as cortinas de movimentos incriveis trazendo a paz e calma de um falecido.

Minha cama cheirava saudade, e sem saber o porque, o branco estava adormecido.

Da torneira caia agua fresca e assim eu me deixava desperdicar.

Da panela a saudade gritava alarmando os anos mudos.

Das lagrimas surgiram sabedoria e palidez.

Nas ruas, andava perdida enquanto foi recente.

Era manha, e eu estava fresca como um fruto pronto.

Eu sei – dizia minha melhor parte ao espelho maravilhoso.

Eu rodava como uma cancao pequena e respeitava a ordem das minhas palavras.Rodava como o destino me criou.

A casa era sadia e o ar se movia para os lados.Haviam seus dias, suas manias, seu sorriso no girassol.

Minha alegria em estar ali so cativou os bichos e entao eu corria sem medo pelo azul e pelos brancos pra buscar dentro de mim, a tregua.

Sentia o frescor citrico e verde das relvas florais.

Quanto mais eu gargalhava, mais eu desbotava a paisagem.Minhas linhas se tornaram uma energia quimica.

Eu ria num choro seguro e sem dor.

Nao era tarde para isso.Era o momento certo.

E o agora era assim.Eu podia ve-lo!E eu sabia.Ao ceu que me deitava todos os dias.Meu meio inquieto, as palavras longas, a saudade aspera no prazer de longas datas.

http://www.youtube.com/watch?v=bgoqv9Etq2I&feature=related


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