“ SOBRE OLIVIA” (Bach)

Ela so falou por agora.

Olhava pela janela e ja experimentava um pouco dessa agua com ternura.

Nos olhos haviam enxertos de clamor e sede.

A chuva sabia fazer as coisas e ela sabia coisas sobre seus dias.

La fora, sentavam-se mais que velhos conhecidos.

Naquele tempo, os cantos eram iluminados, as meninas usavam branco e os rapazes coravam.

Nao te peço essa prece de joelhos, mas queria o bem da vida, de maos dadas.

La fora o vento ja faz tempo.Ela nao sabe por onde anda sua alma.

Agora os falecidos estao desbotados na gaze das alturas.O cinza e tenso.

O passado sabe tremer-lhe as pernas, entao ela tinge a cor dos cabelos.

O chao lhe parece incomum.Uma madeira comida pelo teto.Vestida de feio.

Mas ali, mal espalhado, esta esse tempo, e esse seu mundo que parece lhe entregar o destino, arredondado nos ultimos dias.

“Coisas dificeis de entender”, disse ela, no suspiro de quem espera.

Entao, busca se acender no azul dos astronautas.No testemunho dos sapatos, no vinco dos pratos.

Imagina coisas que nao teve, tal como a camisa bordada, tal como a colcha que a esperava deitada.

Esperou pelo “ingles” dos olhos guardados.Esperou-o no sonho e naqueles cabelos louros.

Caminha agora jovem senhora, pelas familias e pelo escuro!

Olivia superou pela metade sabendo como eram as coisas.

Mas hoje as canelas estao fracas e ela se sente chamada.

No vazio ha tantas coisas guardadas.

Nos invernos, sua costas parecem se revoltar.

Tudo parece tao intocavel, quando um temporal cai la fora.

E natural que seja assim.E fria as maos vazias.

E carente a dor dos jovens.

E fantastica a vida, mas a fabrica dos sonhos nao se move

E o coracao dos velhos, bate as vezes, so em poesia.

El Queija.